quarta-feira, 31 de março de 2010

Terrorismo separatista

A Rússia perdeu grande parte do território com o colapso da União Soviética. Moscou teve de aceitar que antigas repúblicas integrantes do bloco conquistassem a independência. Esse foi o caso, entre outros, de Armênia, Azerbaijão, Casaquistão, Geórgia, Ucrânia e dos Bálticos. Já em relação à Chechênia, de onde supostamente teriam saído as suicidas do atentado em Moscou nesta semana, foi diferente.


A região fazia parte do Império Russo desde o século 19, antes da formação da URSS. As forças do czar derrotaram a resistência do imã Shamil em 1859, incorporando a área à Rússia. A Chechênia, depois da Revolução Bolchevique, não era uma república soviética, mas uma república da Federação Russa. E na visão de Moscou, parte integrante e inseparável de seu território mesmo depois do colapso da URSS. O problema é que os habitantes desta área são etnicamente diferentes do restante da Rússia, além de seguirem o islamismo, enquanto Moscou predomina o cristianismo.

Desde o fim da União Soviética, a Chechênia começou a se levantar para conquistar a independência. Em resposta, Moscou reprimiu os separatistas, provocando milhares de mortes. A rede terrorista Al-Qaeda e outros grupos aproveitaram-se do conflito e começaram a treinar militantes locais e a expandir a luta para áreas vizinhas, como o Daguestão e a Ingushétia. Os seguidores de Osama bin Laden, desde a invasão soviética do Afeganistão, nos anos 80, consideram os russos inimigos. As informações são do jornal

30/03/2010 - 07h47 Premiê russo diz que terroristas serão "aniquilados"; 36 morreram em ataques a metrô

PREMIER da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira em rede nacional que os terroristas responsáveis pelo duplo atentado que matou ao menos 36 pessoas no metrô da capital, Moscou, serão capturados e aniquilados.

Rússia foi palco de dezenas de ataques nos últimos 15 anos

Metrô de Moscou foi palco de seis atentados nos últimos 12 anos

"Tenho certeza de que as agências de segurança farão todo o possível para encontrar e punir os criminosos", afirmou Putin, durante uma videoconferência da cidade siberiana de Krasnoyarsk. "Os terroristas serão aniquilados", completou. Anna Shevelyova/AP
Força Especial da Polícia fecham acesso do lado de fora da estação de metrô Lubyanka, em Moscou (Rússia)

Putin afirmou que o atentado, perpetrado por duas mulheres-bomba, "foi horrível por suas consequências e repugnante pelo caráter do crime cometido contra os civis".

"Somente com os esforços conjuntos poderemos derrotar os grupos clandestinos e vencer este mal", afirmou Putin, que suspendeu sua visita à região e voltará com urgência a Moscou.

Putin afirmou ainda que quer assinar ainda nesta segunda-feira a ordem federal para pagamento de indenização às vítimas.

Fracasso

Mais cedo, o presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou que o país continuará combatendo o terrorismo sem hesitar e ordenou um reforço da segurança nos transportes de toda a nação.

"A política de repressão do terror e de luta contra o terrorismo continuará. Prosseguiremos com as operações contra os terroristas sem hesitação e até o fim", afirmou Medvedev, durante uma reunião de emergência convocada após os atentados.

O presidente russo se mostrou convencido de que os terroristas queriam causar a "desestabilização da situação no país e na sociedade", segundo as agências russas. "Isto, evidentemente, é a continuação da atividade terrorista", disse Medvedev, que lamentou que as medidas antiterroristas adotadas até agora fossem "obviamente, insuficientes".

O presidente russo ressaltou a importância de reforçar a segurança antiterrorismo e aplicar essas medidas não só na escala local mas nacional.

"Prevenir atentados desta classe é um assunto complicado, da mesma forma que garantir a segurança no transporte", disse.

O chefe do Kremlin pediu às forças de segurança para "controlarem com firmeza a situação, mas sem violar os direitos dos cidadãos". Também pediu às autoridades para oferecer toda a ajuda necessária às vítimas, a seus parentes e a outros afetados pelo pânico causado pelo atentado.


O primeiro atentado, que deixou 24 mortos e 17 feridos, aconteceu às 7h57 (0h57 no horário de Brasília) em um vagão parado na estação Lubianka.


A Praça Lubianka abriga a sede do FSB, sucessor da KGB soviética, que neste edifício interrogava e eliminava os dissidentes durante as punições da então União Soviética.

O segundo atentado, executado na estação Park Kultury às 8h40 (1h40 no horário de Brasília), matou pelo menos 12 pessoas e deixou 15 feridos.

"Em Park Kultury, segundo dados preliminares, foi uma mulher-bomba. Segundo os fragmentos do corpo, que estão sendo examinados, o explosivo estava na altura da cintura. A situação é a a mesma em Lubianka", disse o porta-voz do comitê de investigação do Ministério Público de Moscou, Vladimir Markin.

"Até o momento não recebemos nenhuma ligação de reivindicação", disse Markin, antes de destacar que a polícia está em alerta.

A polícia também procura duas mulheres que acompanharam as suicidas até o metrô, segundo fontes dos serviços de segurança.

Os atentados aconteceram em duas estações da mesma linha. As outras linhas do metrô de Moscou, que diariamente transporta 8,5 milhões de pessoas, permaneciam funcionando normalmente.

Histórico

Moscou registrou nos últimos dez anos uma série de explosões reivindicadas por militantes da causa separatista da Tchetchênia, uma república do Cáucaso. Nos últimos anos, contudo, os atentados se tornaram menos frequentes.

O último ataque no metrô de Moscou acontecera em 6 de fevereiro de 2004, entre as estações Avtozavodskaia e Pavelestakia, com um balanço de 41 mortos e 250 feridos.

Em agosto do ano passado, Medvedev anunciou a ampliação da campanha contra o terrorismo no Cáucaso Norte, após outro atentado suicida ter sido perpetrado contra um prédio da polícia na república da Inguchétia, no qual morreram 24 pessoas.

Nos últimos meses, as tropas russas intensificaram as operações militares contra rebeldes islâmicos no Cáucaso Norte e mataram vários dirigentes rebeldes.

Com agências internacionais
Rússia faz homenagens aos 39 mortos em ataques; 72 feridos continuam internados

da Folha Online

Os russos voltaram nesta terça-feira para as duas estações do metrô da capital Moscou para acender velas e colocar flores e mensagens para as 39 vítimas do duplo atentado suicida da véspera. O ataque deixou ainda dezenas de feridos, dos quais 72 continuam hospitalizados, cinco deles em estado gravíssimo.

Segundo o funcionário de Departamento de Saúde, Andrei Seltsovsky, outros 27 feridos estão em estado grave, 34 estão em estado de risco e seis não correm nenhum risco. Ele disse ainda que apenas oito vítimas foram formalmente identificadas até o momento.


Mulheres rezam diante de velas e flores depositadas em homenagem às vítimas de duplo ataque

As duas mulheres-bomba responsáveis pelos ataques levaram terror a Moscou, cidade que sofreu seis ataques semelhantes em 12 anos, mas que não via uma ação semelhante em seis anos.

"Eu sinto a tensão no metrô, ninguém está sorrindo ou rindo", disse a estudante universitária Alina Tsaritova, perto da estação Lubyanka, um dos alvos dos ataques.

Alguns passageiros disseram nesta terça-feira que tentariam esquecer os eventos trágicos da véspera. "Nós temos que viver com isso, especialmente quando estivermos no subterrâneo", disse Tatyana Yerofeyeva.

Mesas colocadas à frente das duas estações atingidas ficaram lotadas de flores. Algumas pessoas choravam enquanto acendiam velas para seus amigos ou familiares.

As bandeiras ficaram a meio-mastro em prédios do governo, no Kremlin, e em outras cidades do país.

Os eventos de entretenimento e shows da televisão foram cancelados e missas foram agendadas em várias igrejas.

A segurança reforçada nos transportes foi mantida nesta terça-feira na capital e em outras cidades. Policiais com metralhadoras e cães farejadores patrulham a entrada das estações.


A investigação preliminar indica que duas mulheres-bomba detonaram os explosivos que levavam junto ao corpo durante a hora do rush do metrô de Moscou, na manhã desta segunda-feira.
O primeiro atentado aconteceu às 7h57 (0h57 no horário de Brasília) em um vagão parado na estação Lubianka. A Praça Lubianka abriga a sede do FSB, sucessor da KGB soviética, que neste edifício interrogava e eliminava os dissidentes durante as punições da então União Soviética.

O segundo atentado foi executado na estação Park Kultury, na mesma linha do metrô, às 8h40 (1h40 no horário de Brasília). A estação fica próxima ao Parque Gorky.

Em ambos os casos, as bombas foram detonadas quando os trens chegaram na estação e as portas estavam abrindo.

"Em Park Kultury, segundo dados preliminares, foi uma mulher-bomba. Segundo os fragmentos do corpo, que estão sendo examinados, o explosivo estava na altura da cintura. A situação é a a mesma em Lubianka", disse o porta-voz do comitê de investigação do Ministério Público de Moscou, Vladimir Markin.

Muitos especulam que os ataques foram realizados por rebeldes do Cáucaso Norte, como retaliação ao recente assassinato de líderes rebeldes pela polícia russa.

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