quarta-feira, 3 de março de 2010

GEOGRAFIA: PROF. ÁLVARO BARRETO


Apostila I

Introdução á ciência geográfica

Conceitos básicos

Cartografia

Geologia

Geomorfologia

Climas

Domínios e biomas brasileiros

Questão mundial da água



Introdução a Ciência Geográfica .



A Geografia é uma ciência Social que estuda as relações entre a sociedade e a natureza, em cada área da superfície da Terra e a cada período histórico, essas relações são diferenciadas para cada sociedade. A relação de uma sociedade com a natureza se faz notória através do uso das técnicas.

Segundo um dos maiores geógrafos de todos os tempos, Milton Santos (2002) “As técnicas são um conjunto de meios instrumentais e sociais, com os quais o homem realiza sua vida, produz e, ao mesmo tempo, cria espaço ”. A geografia se preocupa em entender a lógica da distribuição espacial dessas técnicas. Ou seja, porque determinados processos ou fenômenos se localizam ou ocorrem em determinado lugar, busca também, interpretar e analisar como as elas vêm agindo e transformando o espaço, e isso nos implica ver o espaço geográfico como um conjunto de técnicas, presentes e passadas, através de um processo de desenvolvimento cumulativo.

Pois lembramos que se os objetos técnicos se instalam na superfície da terra, é para responder as necessidades materiais fundamentais dos homens: alimentar-se, residir, deslocar-se etc. E em cada área específica da superfície da terra, as técnicas, as sociedades que as utilizam e o meio geográfico que as acolhe, formam um conjunto coerente. Ou seja, o trabalho realizado em cada época supõe um conjunto historicamente datado de técnicas, e elas são um fenômeno histórico, sendo possível obter sua datação, é justamente a partir da datação do conteúdo técnico dos objetos que começamos o nosso aprendizado e enfrentamos a tarefa de sua compreensão.

A geografia estuda o espaço, constituído pelas formas naturais e as que foram criadas pelo trabalho humano, em conjunto com as relações que ocorrem na vida em sociedade. O espaço geográfico, ou simplesmente , é analisado considerando-se os lugares, as regiões, os territórios e as paisagens.

As relações sociais, econômicas e culturais explicam seu constante processo de transformação.





Para se compreender o espaço geográfico através de seu conteúdo técnico, a geografia possui cinco conceitos-chave que nos auxiliam nesta tarefa. Todos eles, em comum, evidenciam uma relação entre o Homem e o Meio. Estes conceitos são: o Espaço, a Paisagem, o Território, a Região e o Lugar.



O primeiro é, então, o conceito de Espaço. Este por ser entendido com “o resultado conjugado da atuação de um sistema de objetos e um sistema de ações” (SANTOS, 2002: 100). Para estudar “um sistema de objetos e um sistema de ações” atuando conjuntamente, os geógrafos desenvolveram algumas categorias de análise do espaço, que nos servem para melhor compreender as técnicas utilizadas na produção de nosso espaço. Esses categorias de análise são: a forma, a função, a estrutura e o processo. A seguir, trabalharemos um pouco melhor com essas categorias.





Forma - É o aspecto visível e palpável do objeto. Por exemplo, uma casa e uma indústria possuem formas diferenciadas. As formas registram a paisagem do espaço. Ou seja, tudo que é material pode ser entendido como constituindo a Paisagem.



Função - É a atividade realizada pela forma durante um intervalo de tempo. Por exemplo, enquanto a casa realiza a função residencial, a indústria realiza a função industrial. Ocorre que, com o tempo essas funções realizadas pelas formas mudam e assim trazem novas significados para as formas, que tem que conviver agora com uma nova função a desempenhar. Logo, o espaço é representado pela análise integrada de uma forma e sua respectiva função atuando conjuntamente.



Estrutura- É o resultado da junção de uma forma com uma função em um dado momento do tempo. Também é conhecido como forma-conteúdo.





Processo – É o tempo atuando sobre a Estrutura e produzindo novas formas-conteúdo. Por exemplo: Cinemas e antigas Indústrias estão no Rio de Janeiro, atualmente, modificando sua forma-conteúdo.







Paisagem – maneira como o ser humano retrata a natureza transformada por ele através da cultura. ou seja, diferentes culturas compõem diferentes paisagens. Todas as formas localizadas no espaço são produtos da cultura de uma dada sociedade sob a natureza transformada-o conceito irá surgir no renascimento. Porque? Por que no século XVI a natureza foi fortemente transformada pelo trabalho humano, servindo como influência para a pintura e também para o geografia, o importante é analisar a distribuição espacial dos elementos da paisagem e buscar um sentido para essa organização, ou seja, um sentido para essa organização espacial dos elementos da paisagem.

A forma como as paisagens se apresentam aos nossos olhos nos permite interpretar heranças do passado, tentar entender o presente e propor ações com vistas a melhorar o futuro.

Ao compararmos paisagens de lugares diferentes, podemos avaliar e criticar o resultado de ação humana sobre o espaço, pois ela está impressa na paisagem.







Território: Conceito que possui raízes históricas na ecologia. Eram as áreas que grupos de animais imprimiam sua soberania devido ao uso de suas forças. Ou seja, naquele território, que é uma área com limites definidos, um determinado grupo animal era soberano em seu controle sobre aquele território. Na Geografia, segundo Souza (2002), o território deve ser entendido como “um espaço constituído por e a partir de relações de poder”. É uma localidade onde é notório a presença de poderes.

Indubitavelmente pode ser percebido em diversas escalas, variando desde o espaço interno e nossas casas, assim como, por exemplo, o território nacional. Podemos falar em território nacional, território indígena, território de uma gangue de traficantes de drogas, território de ação de um grupo de ajuda humanitária, etc. Em cada um deles, há relações de poder, de posse ou de domínio, e vigoram determinadas regras ou leis. Essas podem ser institucionais – criadas pelo Estado – ou reconhecidas informalmente pela sociedade – não são escritas, mas todos os conhecem.

O território nacional é controlado por um Estado. Dentro dos limites do território de qualquer país, administrado pelo Estado, vigoram leis próprias e várias outras normas, que deixam de Ter validade fora dos seus limites físicos, delimitados pelas fronteiras político-administrativas.

Na atual fase do processo de globalização, a gestão dos territórios nacionais sofre influências cada vez mais acentuadas. Além de sua dimensão espacial, a noção de território deve ser associada a escalas de tempo histórico.



Região: Representa a síntese das relações do homem com seu meio. Serve para delimitar espacialmente aéreas que possuem características semelhantes (vegetação, geologia etc), assim como, diferenciá-las de áreas com características heterogêneas a região que está sendo estudada. Regionalizar é, portanto, estabelecer limites das diferenciações espaciais. Todas as regiões podem ser estudas a partir de sua: Extensão (física); Limites; Domínios (culturais, naturais etc); Diversidade; Localização.



A palavra região é utilizada em várias circunstâncias, todas elas com uma característica comum: independentemente do tamanho, são áreas que se diferenciam de seu entorno por uma ou mais particularidades.

A organização sócio-econômica atual de uma região é resultante da forma como ela foi se estruturando ao longo da história. Algumas mudaram de função econômica, outras, devido ao desmatamento, deixaram de ser uma região natural.





Conceito de caráter político administrativo referente a áreas de superfície terrestre com características peculiares.





Delimitação do país, a fim de melhor administrá-lo, fazendo com que sejam combatidos problemas em comum.





AS MACRORREGIÕES DO IBGE





As macrorregiões do IBGE são as grandes regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

Esta divisão regional do território brasileiro foi criada em 1970. Em 1988, ela sofreu modificações: com a divisão do estado de Goiás, o recém-criado estado do Tocantins foi incorporado à região Norte.

Os limites das regiões coincidiram com as divisas dos estados. Essa forma de divisão do território é importante para se interpretar os dados oficiais divulgados pelo governo.





OS COMPLEXOS ECONÔMICOS REGIONAIS



O Brasil está dividido em três grandes complexos regionais: Centro-Sul, Amazônia e Nordeste.

O centro-Sul é a macrorregião mais dinâmica e sua economia é muito diversificada. É a de maior concentração industrial do país, com uma rede de cidades mais complexas interligadas. Apresenta agropecuária mais moderna, além de mais densa rede de serviços, comunicações e transportes.

A Amazônia tem seus limites estabelecidos pela área original de cobertura da floresta Amazônica, o que inclui o Norte do estado do mato Grosso e o Oeste do Maranhão. A região vem sendo ocupada de forma desordenada e a floresta sofre impactos ambientais.

Os limites da região Nordeste são estabelecidos, no interior, pelo domínio do clima semi-árido (abrange também o Norte de Minas Gerais). Na Zona da Mata, ela se estende por áreas do território brasileiro das mais exploradas durante o período colonial.

Desde a década de 1980, as maiores metrópoles do Nordeste e algumas outras sub-regiões vêm apresentando elevados índices de crescimento econômico, principalmente nos setores da indústria, do turismo e da agricultura irrigada.





Lugar: Segundo Santos (2002), “local final onde se depositam ações realizadas em diferentes escalas” Ou ainda “ é aquele espaço onde desenrolamos nossa vida cotidiana. É no lugar que produzimos nossa vida . Nosso dia a dia é feito através das ações que desenvolvemos em um determinado lugar. Por isso, temos grande responsabilidade em atuar socialmente na transformação dos lugares, começando pelo nosso

O lugar é o porção do espaço onde se desenrolam as relações cotidianas. Embora os lugares sejam percebidos no cotidiano, as relações que se estabelecem em seu interior são cada vez mais influenciadas por ocorrências dos mais variados pontos do planeta. Assim, partindo do dele , podemos ampliar a escala para analisar a organização dos diferentes espaços: da cidade, da região, do estado, do território nacional, e mesmo mundial, selecionando as ações humanas que quisermos estudar.

Redes: Podem ser entendidas com toda infra-estrutura, permitindo o transporte de matéria, de energia ou de informação, e que se inscreve sobre o território onde pela transmissão de informações entre dois pontos pré-estabelecidos. Ou seja, uma estrada, uma hidrovia e cabos de fibra-óptica podem ser considerados como infra-estrutura de redes conectando dois pontos e assim, promovendo a interação espacial entre eles. São as redes técnicas que permitem o funcionamento da globalização atual.

Escala Cartográfica: Método numérico que estabelece uma razão entre a parte representada graficamente e a real.

Escala geográfica: Segundo CASTRO (1995), “É uma estratégia de compreensão do real como representação”. A medida que irá conferir uma correta análise a um certo fenômeno de ser trabalhado. Todo fenômeno só tem sentido em sua escala de apropriação. Ou seja, ela que define e dá visibilidade ao fenômeno. Podemos, em Geografia Humana, estudar os fenômenos em diversas escalas, sendo o lugar, a região, o Estado-Nação, e o global as escalas que tem sido mais freqüentemente utilizadas. Mas podemos estudar também uma rua, ou um bairro, por exemplo, utilizando-se do conceito de escala geográfica.


Estado: Porção da superfície terrestre onde as fronteiras são pré-estabelecidas e há exigências de regras comuns aos cidadãos.

Nação: Grupo de pessoa com uma particularidade em comum entre eles: Língua, costumes.




Apostila 1 – Cartografia – Professor Alvaro Barreto

CARTOGRAfIA

HISTÓRICO

Mesmo considerando todos os avanços científicos e tecnológicos produzidos pelo homem através dos tempos, é possível, nos dias de hoje, entender a condição de perplexidade de nossos ancestrais, no começo dos dias, diante da complexidade do mundo a sua volta. Podemos também intuir de que maneira surgiu no homem a necessidade de conhecer o mundo o qual habitava.

O simples deslocamento de um ponto a outro na superfície de nosso planeta já justifica a necessidade de se visualizar de alguma forma as características físicas do "mundo". É fácil imaginarmos alguns dos questionamentos que surgiram nas mentes de nossos ancestrais, por exemplo: como orientar nossos deslocamentos? Qual a forma do planeta? etc..

O conceito de Cartografia tem suas origens intimamente ligadas às inquietações que sempre se manifestaram no ser humano, no tocante a conhecer o mundo que ele habita.

O vocábulo CARTOGRAFIA, etmologicamente - descrição de cartas, foi introduzido em 1839, pelo segundo Visconde de Santarém - Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita de Macedo Leitão, (1791 - 1856). A despeito de seu significado etmológico, a sua concepção inicial continha a idéia do traçado de mapas. No primeiro estágio da evolução o vocábulo passou a significar a arte do traçado de mapas, para em seguida, conter a ciência, a técnica e a arte de representar a superfície terrestre.

Em 1949 a Organização das Nações Unidas já reconhecia a importância da Cartografia através da seguinte assertiva, lavrada em Atas e Anais:

"CARTOGRAFIA - no sentido lato da palavra não é apenas uma das ferramentas básicas do desenvolvimento econômico, mas é a primeira ferramenta a ser usada antes que outras ferramentas possam ser postas em trabalho."(1)

(1) ONU, Departament of Social Affair. MODERN CARTOGRAPHY - BASE MAPS FOR WORLDS NEEDS. Lake Success.

O conceito da Cartografia, hoje aceito sem maiores contestações, foi estabelecido em 1966 pela Associação Cartográfica Internacional (ACI), e posteriormente, ratificado pela UNESCO, no mesmo ano:

"A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, bem como a sua utilização."

O processo cartográfico, partindo da coleta de dados, envolve estudo, análise, composição e representação de observações, de fatos, fenômenos e dados pertinentes a diversos campos científicos associados a superfície terrestre.

FORMATO DA TERRA

A forma de nosso planeta (formato e suas dimensões) é um tema que vem sendo pesquisado ao longo dos anos em várias partes do mundo. Muitas foram as interpretações e conceitos desenvolvidos para definir qual seria a forma da Terra. Pitágoras em 528 a.C. introduziu o conceito de forma esférica para o planeta, e a partir daí sucessivas teorias foram desenvolvidas até alcançarmos o conceito que é hoje bem aceito no meio científico internacional.

A superfície terrestre sofre freqüentes alterações devido à natureza (movimentos tectônicos, condições climáticas, erosão, etc.) e à ação do homem, portanto, não serve para definir forma sistemática da Terra.

A fim de simplificar o cálculo de coordenadas da superfície terrestre foram adotadas algumas superfície matemática simples. Uma primeira aproximação é a esfera achatada nos pólos.

Segundo o conceito introduzido pelo matemático alemão CARL FRIEDRICH GAUSS (1777-1855), a forma do planeta, é o GEÓIDE (Figura 1.2) que corresponde à superfície do nível médio do mar homogêneo (ausência de correntezas, ventos, variação de densidade da água, etc.) supostamente prolongado por sob continentes. Essa superfície se deve, principalmente, às forças de atração (gravidade) e força centrífuga (rotação da Terra).

Os diferentes materiais que compõem a superfície terrestre possuem diferentes densidades, fazendo com que a força gravitacional atue com maior ou menor intensidade em locais diferentes.

As águas do oceano procuram uma situação de equilíbrio, ajustando-se às forças que atuam sobre elas, inclusive no seu suposto prolongamento. A interação (compensação gravitacional) de forças buscando equilíbrio, faz com que o geóide tenha o mesmo potencial gravimétrico em todos os pontos de sua superfície.

É preciso buscar um modelo mais simples para representar o nosso planeta. Para contornar o problema que acabamos de abordar lançou-se mão de uma Figura geométrica chamada ELIPSE que ao girar em torno do seu eixo menor forma um volume, o ELIPSÓIDE DE REVOLUÇÃO, achatado no pólos (Figura 1.1). Assim, o elipsóide é a superfície de referência utilizada nos cálculos que fornecem subsídios para a elaboração de uma representação cartográfica.

Muitos foram os intentos realizados para calcular as dimensões do elipsóide de revolução que mais se aproxima da forma real da Terra, e muitos foram os resultados obtidos. Em geral, cada país ou grupo de países adotou um elipsóide como referência para os trabalhos geodésicos e topográficos, que mais se aproximasse do geóide na região considerada.



A forma e tamanho de um elipsóide, bem como sua posição relativa ao geóide define um sistema geodésico (também designado por datum geodésico). No caso brasileiro adota-se o Sistema Geodésico Sul Americano - SAD 69, com as seguintes características:

- Elipsóide de referência - UGGI 67 (isto é, o recomendado pela União Geodésica e Geofísica Internacional em 1967) definido por:

- semi-eixo maior - a: 6.378.160 m

- achatamento - f: 1/298,25

Representações cartográficas



Para representar a Terra ou um pedaço tela sobre um plano é necessário tomá-la no seu formato original ( o geóide ) e transforma-la de forma a adaptar-se ao plano do papel ( ou do meio que estiver sendo usado para a visualização, como um monitor de vídeo de computador). A partir da análise matemática da questão pode-se encontrar uma infinidade de soluções para o problema, cada uma com sua particularidade. Dentre as inúmeras soluções já encontradas, não há mais do que trinta que sejam correntemente empregadas.

As projeções são usadas para construir as quadrículas que servem para encontrar os pontos a representar. Nesse tipo de transformação a superfície acaba sempre sendo desfigurada ou alterada: o cartógrafo acaba tendo que escolher entre conservar os ângulos, manter proporcionais as superfícies ou tentar equilibrar as perdas. Podemos classificar as projeções de três maneiras:

Na impossibilidade de se desenvolver uma superfície esférica ou elipsóidica sobre um plano sem deformações, na prática, buscam-se projeções tais que permitam diminuir ou eliminar parte das deformações conforme a aplicação desejada. Assim, destacam-se:

a) Eqüidistantes - As que não apresentam deformações lineares para algumas linhas em especial, isto é, os comprimentos são representados em escala uniforme.

b) Conformes - Representam sem deformação, todos os ângulos em torno de quaisquer pontos, e decorrentes dessa propriedade, não deformam pequenas regiões.

c) Equivalentes - Têm a propriedade de não alterarem as áreas, conservando assim, uma relação constante com as suas correspondentes na superfície da Terra. Seja qual for a porção representada num mapa, ela conserva a mesma relação com a área de todo o mapa.

d) Afiláticas - Não possui nenhuma das propriedades dos outros tipos, isto é, equivalência, conformidade e eqüidistância, ou seja, as projeções em que as áreas, os ângulos e os comprimentos não são conservados.

As propriedades acima descritas são básicas e mutuamente exclusivas. Elas ressaltam mais uma vez que não existe uma representação ideal, mas apenas a melhor representação para um determinado propósito.

Quando tomamos a superfície a ser projetada com centro no pólo ou paralela ao plano do equador dizemos que é uma projeção polar ou equatorial; se ela está centrada num ponto do Equador ou é paralela a um plano meridiano, ela é tranversa ou meridiana; se está centrada num ponto ou círculo qualquer da esfera, ela é oblíqua.




Entre os principais sistemas de projeção citaremos os seguintes:

• Projeções planas ou azimutais: Num plano tangente ou secante à esfera. A construção se organiza em volta de um ponto central chamado "centro de projeção". Os azimutes são exatos e a escala é constante para todas as direções que passam por esse centro; todo grande círculo que passa por esse centro é representado por uma reta. Como é centrada no pólo é dita uma projeção polar.







• Projeções cilíndricas: Podem ser consideradas como um aperfeiçoamento analítico dos mapas planos em coordenadas retangulares dos gregos. Projeta-se a esfera terrestre em um plano cilíndrico que a envolve.






• Projeções cônicas: Também conhecidas desde a Antiguidade ( Grécia ) foram aperfeiçoadas e se impuseram a partir do séc. XVIII. A superfície terrestre é projetada em um cone que a envolve..











• Projeção de Mercator: Foi o cartógrafo Gerard Mercator quem , em 1569, concebeu a quadrícula que leva o seu nome. A projeção de Mercator inscreve-se num retângulo, com meridianos e paralelos retilínieos e ortogonais. O Equador é representado na escala na verdadeira grandeza e o exagero da extensão das paralelas em latitude é compensado por um exagero proporcional das distâncias meridianas, segundo uma função chamada "variável de Mercator"ou "das latitudes crescentes":

delta Y= gama/cos(gama)

A projeção é semelhante, mas a escala é variável segundo a latitude, as regiões polares acima de 75o não podem ser representadas. Nesse nível, o exagero dos comprimentos em relação ao Equador já é de 4 vezes, o que representa uma dilatação das superfícies de 16 vezes. Por outro lado, as formas geométricas são respeitadas e sobretudo as loxodormias, isto é, as rotas a seguir com compasso, são retas. A projeção de Mercator é usada para mapas marítimos e de regiões intertropicais, onde as deformações são mínimas.




Elementos dos mapas

Independentemente do tipo de mapa que estivermos a utilizar e da área nele retratada ( o mundo, um continente, um país ou apenas um bairro ) para que a sua leitura seja facilitada e se considere o mapa completo em termos de concepção deve conter 4 elementos. Estes elementos ( o título, a orientação, a legenda e a escala) são chamados os elementos fundamentais de um mapa.



O título - é o elemento que nos permite identificar o assunto que está representado no mapa. Se dermos respostas a estas três questões; o quê, onde? quando?, podemos elaborar corretamente o título de um mapa. Apliquemos essas perguntas à imagem de satélite da figura 1.

O quê? = qual o assunto tratado na imagem . - Fogos

onde? = espaço a diz respeito a informação. - na região centro-norte de Portugal

quando? = momento em que foi recolhida a informação. - em 22 de Julho de 2005 ( por vezes não temos estes dados).



Fig.- Fogos, na região centro-norte de Portugal, em 22 de Julho de 2005.

(foto de satélite da NASA)

Orientação - normalmente aparece sobre a forma da Rosa-dos-ventos desenhada no mapa ou com a indicação de uma seta que indica um dos rumos da Rosa-dos-ventos, na maior parte dos casos o Norte. Na figura 1 é nos indicada a orientação para Norte (canto inferior esquerdo da imagem).

Legenda - serve para nos ajudar a descodificar o significado das cores, dos símbolos e dos sinais convencionais utilizados no mapa. É muito importante para que possamos ter uma leitura correta do mapa. ( No caso da figura 1, não tem legenda, mas as áreas assinaladas em vermelho correspondem a situações de fogos ativos naquele dia). Observa a figura 2, as linhas de metro de Lisboa estão identificadas por cores, na legenda é descodificada o nome da Linha e o respectivo percurso.



Fig - Rede de Metro de Lisboa

A escala - é o elemento de mapa que estabelece a relação entre a área representada nesse mapa e a correspondente área na realidade. Pode estar representada na sua forma gráfica ou na sua forma numérica. No caso da imagem da figura 1 a escala aparece representada na sua forma gráfica (o segmento branco corresponde a uma distância de 50km).



exemplo de uma escala gráfica

1 / 250 000 exemplo de uma escala numérica

.

EM ALGUMAS formas de representação da Terra, podemos ainda ter a indicação da fonte, que é o organismo que construiu essa representação. Repara que a figura 1 foi disponibilizada para o público pela NASA.





O conceito de Escala

Uma carta ou mapa é a representação convencional ou digital da configuração da superfície topográfica.

Esta representação consiste em projetarmos esta superfície, com os detalhes nela existentes, sobre um plano horizontal ou em arquivos digitais.

Os detalhes representados podem ser:

- Naturais: São os elementos existentes na natureza como os rios, mares, lagos, montanhas, serras, etc.

- Artificiais: São os elementos criados pelo homem como: represas, estradas, pontes, edificações, etc.

Uma carta ou mapa, dependendo dos seus objetivos, só estará completa se trouxer esses elementos devidamente representados.

Esta representação gera dois problemas:

1º) A necessidade de reduzir as proporções dos acidentes à representar, a fim de tornar possível a representação dos mesmos em um espaço limitado.

Essa proporção é chamada de ESCALA

2º) Determinados acidentes, dependendo da escala, não permitem uma redução acentuada, pois tornar-se-iam imperceptíveis, no entanto são acidentes que por usa importância devem ser representados nos documentos cartográficos

A solução é a utilização de símbolos cartográficos.

DEFINIÇÃO DO CONCEITO

Escala é a relação entre a medida de um objeto ou lugar representado no papel e sua medida real.

Duas figuras semelhantes têm ângulos iguais dois a dois e lados homólogos proporcionais.

Verifica-se portanto, que será sempre possível, através do desenho geométrico obter-se figuras semelhantes às do terreno.

Sejam:

D = um comprimento tomado no terreno, que denominar-se-á distância real natural.

d = um comprimento homólogo no desenho, denominado distância prática.

Como as linhas do terreno e as do desenho são homólogas, o desenho que representa o terreno é uma Figura semelhante a dele, logo, a razão ou relação de semelhança é a seguinte:

d

D

A esta relação denomina-se ESCALA.

Assim:

Escala é definida como a relação existente entre as dimensões das linhas de um desenho e as suas homólogas.

A relação d/D pode ser maior, igual ou menor que a unidade, dando lugar à classificação das escalas quanto a sua natureza, em três categorias:

- Na 1ª, ter-se-á d > D

- Na 2ª, ter-se-á d = D

- Na 3ª categoria, que é a usada em Cartografia, a distância gráfica é menor que a real, ou seja, d < D.

É a escala de projeção menor, empregada para reduções, em que as dimensões no desenho são menores que as naturais ou do modelo.

ESCALA NUMÉRICA

Indica a relação entre os comprimentos de uma linha na carta e o correspondente comprimento no terreno, em forma de fração com a unidade para numerador.



Sendo:

E = escala

N = denominador da escala

d = distância medida na carta

D = distância real (no terreno)

As escalas mais comuns têm para numerador a unidade e para denominador, um múltiplo de 10.



Isto significa que 1cm na carta corresponde a 25.000 cm ou 250 m, no terreno.

OBS: Uma escala é tanto maior quanto menor for o denominador.

Exemplo: 1:50.000 é maior que 1:100.000

Lemos o resultado obtido.



OBS - Quanto maior for a escala teremos um maior nível de detalhamentos e quanto menor a escala, maior será a área de abrangência e conseqüentemente menos detalhes.

As aplicações das cartas topográficas variam de acordo com sua escala:

1:25.000 - Representa cartograficamente áreas específicas, com forte densidade demográfica, fornecendo elementos para o planejamento socioeconômico e bases para anteprojetos de engenharia. Esse mapeamento, pelas características da escala, está dirigido para as áreas das regiões metropolitanas e outras que se definem pelo atendimento a projetos específicos. Cobertura Nacional: 1,01%.

1:50.000 - Retrata cartograficamente zonas densamente povoadas, sendo adequada ao planejamento socioeconômico e à formulação de anteprojetos de engenharia.

A sua abrangência é nacional, tendo sido cobertos até agora 13,9% do Território Nacional, concentrando-se principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país.

1:100.000 - Objetiva representar as áreas com notável ocupação, priorizadas para os investimentos governamentais, em todos os níveis de governo- Federal, Estadual e Municipal.

A sua abrangência é nacional, tendo sido coberto até agora 75,39% do Território Nacional.

1:250.000 - Subsidia o planejamento regional, além da elaboração de estudos e projetos que envolvam ou modifiquem o meio ambiente.

Mapas do Brasil (escalas 1:2.500.000,1:5.000.000,1:10.000.000, etc.).

A sua abrangência é nacional, tendo sido coberto até o momento 80,72% do Território Nacional.

Mapa Municipal : Entre os principais produtos cartográficos produzidos pelo IBGE encontra-se o mapa municipal, que é a representação cartográfica da área de um município, contendo os limites estabelecidos pela Divisão Político-Administrativa, acidentes naturais e artificiais, toponímia, rede de coordenadas geográficas e UTM, etc..

Esta representação é elaborada a partir de bases cartográficas mais recentes e de documentos cartográficos auxiliares, na escala das referidas bases.



Classificação dos mapas





Mapa político de 2005







Mapas físicos

• mapa geomorfológico - representam as características do relevo de uma a região.

• mapa climático - indica os tipos de clima que atuam sobre uma região.

• mapa hidrográfico - mostra os rios e bacias que cortam uma região.

• mapa biogeográfico - apontam os tipos de vegetação que cobrem um determinado lugar.

Mapas humanos

• mapa político - aponta a divisão do território em países, estados, regiões, municipios.

• mapa económico - indica as atividades produtivas do homem em determinada região.

• mapa demográfico - apresenta a distribuição da população em deternimada região

• mapa histórico - apresenta as mudanças históricas ocorridas em determinada região.



Político Administrativas.



Figura - Grandes Regiões do Brasil



Figura - Divisão Político-Administrativa

mapa físico.









mapa demográfico



figura - Potencialidade agrícola dos solos



INTERPRETAÇÃO E UTILIZAÇÃO



COBERTURA FOTOGRÁFICA

É a representação do terreno através de fotografias aéreas, as quais são expostas sucessivamente, ao longo de uma direção de vôo. Essa sucessão é feita em intervalo de tempo tal que, entre duas fotografias haja uma superposição longitudinal de cerca de 60%, formando uma faixa. Nas faixas expostas, paralelamente, para compor a cobertura de uma área é mantida uma distância entre os eixos de vôo de forma que haja uma superposição lateral de 30% entre as faixas adjacentes. Alguns pontos do terreno, dentro da zona de recobrimento, são fotografados várias vezes em ambas as faixas.



A Questão do fuso horário e o mistério das longitudes



O primeiro fuso 0º marca o ponto inicial

Fuso horário corresponde a faixas imaginárias estabelecidas no sentido vertical da superfície terrestre, que ligam um pólo ao outro através de um meridiano.



Para a consolidação do movimento de rotação a Terra gasta 24 horas, desse modo, como possui forma esférica é representada por 360º. Na construção dos fusos considera-se os 360º da forma da Terra e divide-os pela quantidade de horas que contém 1 dia, ou seja, 24 horas. O resultado é 15º que corresponde a uma hora, isso quer dizer que cada mudança de meridiano aumenta ou diminui uma hora.



A existência dos fusos é oriunda da forma terrestre, como é redonda recebe luz solar de forma desigual, assim, determinado lugar que está iluminado vai aos poucos perdendo a intensidade, dando origem às tardes e noites, e os lugares que outrora estavam sem receber luz passam a ser iluminados novamente.



A sucessão dos dias é proveniente do movimento de rotação em que a Terra gira em torno de si mesma em seu próprio eixo, então num período uma parte do planeta recebe luz enquanto que a outra encontra na penumbra.



O ponto inicial dos fusos horários ocorre a partir do meridiano principal, denominado de Greenwich que divide a Terra em hemisfério oriental e ocidental.



A partir do Meridiano de Greenwich as áreas que se encontram a leste do mesmo aumentam uma hora a cada 15º, enquanto que nas áreas que estão a oeste do meridiano principal a cada 15º diminui uma hora.



A 180º do Meridiano de Greenwich encontra-se a Linha Internacional de Data que possui o mesmo horário do Meridiano inicial, porém com dois dias à sua frente.



Horário de Verão



O horário de verão é uma prática que consiste em adiantar uma hora do horário normal na estação do verão para diminuir o gasto com energia elétrica. Tal prática é adotada em regiões em que no verão os dias são maiores do que a noite. Tais regiões que apresentam esse fato no verão devem estar distantes da linha do equador, pois regiões próximas a ele apresentam os dias e as noites com igual duração.







Por que estudar Fusos Horários



Porque a hora não é a mesma em todos os lugares do mundo. Nas olimpíadas de Pequim, na China em 2008 os jogos estarão acontecendo em um horário, serão assistidos em tempo real no Brasil em outro horário. Quando são 9 horas da manhã em Brasilia, são 20 horas em Pequim, na China e 21 horas em Tóquio, no Japão e assim ocorre com qualquer outra localidade do mundo.

Por que ?

Isso acontece porque a definição do tempo esta relacionado com o movimento de rotação da Terra e o movimento aparente do sol, enquanto uma região da Terra esta iluminada a região oposta esta na escuridão. Isto significa que estas regiões estão em diferentes fusos horários e o estudo deste tema permitirá a compreensão destes fenômenos.

Fusos Horários - 15º, 15 meridianos ou 1 hora

Imagine uma volta em torno da Terra e estarás dando uma volta de 360°, para dar esta volta sobre si mesma a Terra leva 24 horas, logo 360° ÷ 24 horas = 15° . Portanto cada fuso horário corresponde a uma faixa de 15º, onde são numerados desde o fuso zero, seguido de mais 12 fusos para o leste (+) e 12 para oeste (-).

Meridiano de Greenwich (GMT)

O Meridiano de Greenwich ou primeiro meridiano (0°), uma linha imaginária no centro do fuso zero, ficou definido na Conferência do Meridiano como referência da hora oficial mundial, ou hora GMT ( Greenwich Meridian Time ). Logo o Meridiano de Greenwich é o que passa no ponto médio (no meio) do fuso , observe que soma de 7,5º a leste de Greenwich com 7,5º a oeste, corresponderá aos 15º ou um fuso, definindo o Meridano de Greenwich, como fuso zero. Observação: A partir de 1986, a hora GMT foi substituído pelo UTC - Universal Time Coordinated que é uma mensuração baseada em padrões atômicos e não na rotação da Terra .

Sistema de Fusos Horários - 24 Fusos Horários

Foram definidos então 12 fusos a leste do fuso zero, para cada fuso corresponde a 1 hora a mais. No outro sentido 12 fusos a oeste do fuso zero, para cada fuso corresponde a redução de 1 hora. 12 fusos a leste, somado com os 12 fusos a oeste, do fuso zero (Greenwich), totaliza 24 fusos.

O Brasil e o Meridiano de Greenwich de acordo com a lesgilação antiga



O território brasileiro está localizado a oeste do Meridiano de Greenwich (fuso zero), abrangendo o fuso -2, fuso -3, fuso -4 e o fuso -5, isto quer dizer que em virtude da sua grande extensão territorial há sob o território brasileiro (continental e oceânico) 4 fusos horários, com regiões apresentando desde 2 horas, até 5 horas de atraso em relação a Greenwich(fuso zero). Portanto todo horário sob território brasileiro é atrasado em relação a hora GMT ou UTC.

De acordo com a Lei N° 11.662, de 24/04/2008 modifica a quantidade de fusos horários no Brasil



O território brasileiro está localizado a oeste do Meridiano de Greenwich (fuso zero), abrangendo o fuso -2, fuso -3 e fuso -4 (não existe mais o fuso -5), isto quer dizer que em virtude da sua grande extensão territorial, em vez de quatro fusos, agora passa a ter a partir desse decreto 3 fusos horários. O primeiro fuso (-2 horas GMT) sobre as ilhas oceânicas e mais 2 fusos (-3 e -4 horas em relação a GMT) sobre o território Brasileiro. O horário de Brasília (horário oficial brasileiro) continua -3 horas em relação ao GMT. Portanto todo horário sob território brasileiro é atrasado em relação a hora GMT ou UTC. A imagem mostra a nova configuração dos fusos sobre o território brasileiro de acordo com a nova legislação.

Como calcular

O sistema de fusos horários foi estabelecido pelo Decreto nº 2.784, de 18 de junho de 1913, que determina a hora legal no estrangeiro e no Brasil, conforme as convenções astronômicas internacionais dos fusos horários. Esta é a hora que marca o relógio comum. Já a hora local é o instante, na escala de tempo, relativo a longitude de um dado local.

Como o círculo terrestre tem 360° e o movimento de rotação é exercido em 24 horas, temos 360 ÷ 24 = 15, o que significa que cada hora do Globo se acha situada numa faixa de 15º de longitude.

É preciso que se saiba que cada fuso é uma delimitação teórica, dentro da qual a hora (hora legal) é “hipotética”. Na realidade, muitos países adotam “limites práticos” (não obedecem aos meridianos prescritos, mas às suas fronteiras), conforme as suas peculiaridades e interesses, para obterem maior uniformização dos horários. Quando isto acontece, dizemos que o fuso horário é prático. Outros países estabelecem horas legais próprias, diferentes dos fusos horários padrões.

Hora de B, a partir de A

Longitude astronômica e hora local são valores iguais, expressos em grandezas diferentes, pois a grandeza hora representa intervalo de tempo, enquanto longitude é dada em ângulo. Então: a diferença de horas locais de dois pontos é o mesmo que a diferença de longitude entre esses pontos[1].

Matematicamente temos:



HB = HA + FB − FA



Onde:

• HB é a hora referente ao ponto B

• HA é a hora referente ao ponto A

• FB é a longitude de B em horas

• FA é a longitude de A em horas

Regra de Sinais

As longitudes a oeste (W) são convencionadas como negativas, enquanto que os graus a leste (E) de Greenwich (GMT) são positivos:

Exercícios

1. Numa cidade A a 48° W são 11 horas. Então, que horas serão numa cidade B a 59° E?

Resolução:

Convertendo graus em horas:

48° W = -03h12min

59° E = +03h56min

360° ÷ 24h = 15°/h; 1°/4min

Por regra de três: 48° ÷ 15° = 3h e 3°

3° x 4min = 12min, logo 48° = 03h12min

Como 48° pertence ao hemisfério oeste do meridiano internacional de origem (Greenwich), a hora é negativa: -03h12min.

Separando os valores:

HB = ?

HA = 11h

FB = +03h56min

FA = -03h12min

Aplicando a fórmula:

HB = HA + FB - FA (ou simplesmente HA − FA = HB − FB, que é muito mnemônico)

HB = 11 + 3:56 - (-3:12)

HB = 11 + 6:68

HB = 17:68

Reduzindo: 17h68min = 17h + 60min + 8min = 18:8h

HB = 18:8h



A hora legal é igual à da “linha” que passa pelo ponto médio de cada fuso, espaço dentro do qual a hora, por “lei”, é a mesma. Assim, evitamos que a hora varie por pouco que se desloque do meridiano local (a referida linha central do fuso). Como tanto 48° quanto 59° compreendem a faixa longitudinal que vai de 45° a 59° 3" 59', que equivale a 3 horas na tabela de correção ao Tempo Universal, consideramos 48° W igual a -3h e 59° E igual a +3h. Logo,

HB = HA + FB - FA

HB = 11 + 3 - (-3)

HB = 11 + 6

HB = 17

HLB = 17h



Nota: HLB equivale à hora legal do ponto B, pois as longitudes de A e B coincidem com o meridiano central do fuso a que cada uma pertence.



2. Um avião sai de Tóquio, que está situado no fuso de 135° E, às 14:20 horas do dia 1 de janeiro de 2000, com destino a São Paulo. A viagem tem a duração de 20 horas. Qual o horário, o dia e o ano que o avião chegará a seu destino?

Resolução:

Saindo de Tóquio às 14h20min, se a viagem durar 20 horas, então:

14h20min + 20h = 34h20min

Reduzindo: 34h20min = 24h (um dia) + 10h20min

Logo, o avião chegará a São Paulo às 10h20min do dia seguinte, 2 de janeiro, no horário de Tóquio.

Passo a passo:

135° E = +9h

Fuso de São Paulo (na escala internacional de tempo) = -3h

HSP = ?

HTóquio = 10h20min

FSP = -3h

FTóquio = +9h

Aplicando a fórmula:

HSP = HTóquio + FSP - FTóquio

HSP = 10:20 + (-3) - (+9)

HSP = 10:20 - 3 - 9

HSP = -02h20min

Formato de hora negativa (h-)

No caso do resultado ser um valor de hora negativa, aplica-se a fórmula:



24 + (h − )



24 + (-2:20) = 21h40min, do dia 1 de janeiro de 2000; pois o sinal de subtração serve para indicar que houve alteração de data para o dia anterior à data atual. Por uma estratégia metódica, aconselha-se adotar zero hora ao invés da hora vinte e quatro.

Resposta: O avião chegará a São Paulo às 21h40min do dia 1 de janeiro de 2000. Mudança de data

O meridiano de 180° é considerado a Linha Internacional de Data, pois nele se dá a mudança de um dia para outro. Ao ultrapassar essa linha no sentido oeste-leste, exatamente no ponto em que ela se localiza, deve-se acrescentar um dia (24 horas) à data atual, e no sentido leste-oeste, deve-se subtrair um dia.

Há mudança de data quando:



0 > H > 24



Nota: Se H for um valor de hora negativa (h-), subtrai-se um dia (24 horas) da data atual. Se H>24 a mudança de data ocorre na ordem crescente.

3 comentários:

  1. otimo conteudo professsor !

    ass: caio calixto ( pre vest desafio )!

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  2. Muito bom o conteudo deu para
    esclarecer umas duvidas. Agora
    falta postar algo sobre a aula de
    sexta mo pica.

    Alan Calvete - EsSA TAMANDARÉ

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