terça-feira, 16 de agosto de 2011

Entrevista Cderno Epecial ENEM - Folha Dirigida

— O que costuma ser cobrado, com mais frequência, na parte de Geografia do Enem?



Inicialmente, é interessante ressaltar que o exame é caracterizado pela interdisciplinaridade .. na minha concepção, a geografia é de extrema importância ,porque além de contar com temas clássicos como: o espaço agrário brasileiro e suas características produtivas, a problemática urbanização e seus impactos sociais e ambientais, evolução dos processos produtivos e cartografia. A ciência é relevante em temáticas relacionadas a atualidades como por exemplo a crise econômica mundial e os BRICA`S . A questão energética mundial , recursos hidrológicos associada a degradação de mananciais e problemas ambientais contemporâneos normalmente estão associadas a prova de ciências da natureza, porém necessitam do embasamento geográfico.

— A maioria das questões abordam, em linhas gerais, tópicos de Geopolítica o Geofísica? Por que?

A geografia é uma ciência social pautada nas relações entre sociedade e natureza, progressivamente as subdivisões dentro da disciplina tendem a desaparecer, pois se encontram totalmente entrelaçados. Porém, em relação ao exame Enem é possível perceber que se comparado a outros vestibulares, temas de ordem física são muito utilizados tanto na prova de ciências humanas, como no embasamento para questões da prova de ciências da natureza. O vestibulando deve estar atento, pois muitas habilidades se misturam dentro de uma mesma questão .Por exemplo, o uso desregulado do solo (social) associando a erosão de encosta (físico) .

— Quais os tópicos que, a seu ver, têm mais chances de serem cobrados este ano?

As apostas são variadas porque o exame é caracterizado por conseguir abordar uma grande conjunto de temáticas. Dentre elas estão os agentes internos formadores do relevo, com ênfase no terremoto do Japão e suas conseqüências ; crise econômica mundial e seus persistentes ), impactos ( PIIG´s) ;problemas ambientais contemporâneos; questão energética mundial associadas as fontes de energia renováveis; fenômeno da globalização e suas características . Também aposto nas conturbadas sucessões presidências em paises árabes (Primavera Árabe), e em questões relacionadas ao problemático uso do solo na Amazônia.



— Quais as principais competências exigidas na parte de Geografia?

De acordo com as normas do exame, competências e habilidades exigidas em geografia

Competência de área 1 - Compreender os elementos culturais que constituem as identidades



H1 - Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.

H5 - Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.



Competência de área 2 - Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.

H6 - Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços

geográficos.

H8 - Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.



Competência de área 3 - Compreender a produção e o papel histórico das

instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais.

H15 - Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.



Competência de área 4 - Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social.



H16 - Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.

H17 - Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de

territorialização da produção.

H18 - Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas

implicações sócio-espaciais.

H19 - Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias

formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.

H20 - Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas

novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.



Competência de área 6 - Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos

H26 - Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.

H27 - Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.

H28 - Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.

H29 - Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.

H30 - Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no

planeta nas diferentes escalas.


— Vale a pena estudar tópicos que têm um grau de dificuldade maior, que em vestibulares, geralmente são cobrados na segunda fase? Quais o senhor aconselha que os candidatos evitem, nesta reta final?



Devemos levar em consideração que o exame Enem não tem por características buscar respostas que exijam do vestibulando um conhecimento muito especifico. Ao meu ver, o aluno necessita de um conhecimento geral de muitos temas, mas a o grau de exigência dos conteúdos é normalmente menor que nas segundas fases. Se o tempo estiver curto para os estudos, deixe de lado temas como conflitos étnicos mundiais, e geopolítica da Guerra Fria, pois normalmente não são muito cobrados no exame e requerem um bom nível de estudo e detalhamento.

— O Enem é uma prova com proposta interdisciplinar. Há tópicos de Geografia podem ser cobrados em questões de outras áreas? (Quais os principais)?


Sem sombra de dúvidas, ao meu ver a geografia é de suma importância no exame. Para exemplificar, na última prova (2010), a geografia foi fundamental para resolução de 26 questões na prova de ciências humanas e mais 6 questões na prova de ciências da natureza .

Há clara relação entre temas de cunho biológico (biomas, evolução de espécies , eutrofização de corpos hídricos ), relacionados a Física temos as fontes de energia e sua obtenção, na química a representatividade está relacionada aos problemas ambientais contemporâneos , qualidade da água, além de embasar questões relacionadas a atualidades.
— A leitura de jornais e revistas já é importante em qualquer prova de Geografia. Mas, nas questões do Enem, é ainda mais necessária? Por que?


Leiam , leiam e leiam. Além de promover o aumento do conhecimento , uma das principais queixas do exame é o tempo para sua realização, normalmente as questões apresentam enunciados muito extensos,o que pode provocar desconforto entre aqueles que lêem pouco. O vestibulando que adiquirir habito de ler, terá grande vantagem pois conseguirá assimilar a leitura da prova de maneira mais confiante e rápida . Acostumar –se a ler é fundamental para um bom desempenho. Boa sorte .



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

TEORIAS DEMOGRÁFICAS

1- Teoria Malthusiana


A teoria demográfica formulada pelo economista inglês Thomas Robert Malthus (1776-1834) foi publicada em 1798, no livro Ensaio sobre o princípio da população.



Segundo Malthus, a população mundial cresceria em um ritmo rápido, comparado por ele a uma progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64...), e a produção de alimentos cresceria em um ritmo lento, comparado a uma progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6...).



Assim, segundo a visão de Malthus, ao final de um período de apenas dois séculos, o crescimento da população teria sido 28 vezes maior do que o crescimento da produção de alimentos. Dessa forma, a partir de determinado momento, não existiriam alimentos para todos os habitantes da Terra, produzindo-se, portanto, uma situação catastrófica, em que a humanidade morreria de inanição.



Malthus chegou a propor como única solução - para o problema da defasagem entre população e alimentos - o que ele chamou de "sujeição moral", ou seja, a própria população deveria adotar uma postura de privação voluntária dos desejos sexuais, com o objetivo de reduzir a natalidade, equilibrando o crescimento demográfico com a possibilidade de expansão da produção de alimentos.



Naquela época, a obra fez muito sucesso, mas hoje suas idéias são consideradas ultrapassadas pela maioria dos estudiosos. Para os críticos de Malthus, não se elimina a falta de alimentos diminuindo o número de nascimentos entre a população mundial, mas redistribuindo a riqueza produzida no mundo.



Na realidade, ocorre grande concentração de alimentos nos países ricos e, consequentemente, má distribuição nos países pobres. Porém, em nenhum momento a população cresceu conforme o cálculo de Malthus.

2 Teoria Neomalthusiana

É uma teoria que começa a se desenvolver nas primeiras décadas do século 20, baseada no pensamento de Malthus, razão pela qual passou a ser denominada de neomalthusiana.



O neomalthusianismo somente se firmou entre os estudiosos da demografia após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em função da explosão demográfica ocorrida nos países subdesenvolvidos. Esse fenômeno foi provocado pela disseminação, nos países subdesenvolvidos, das melhorias ligadas ao desenvolvimento da medicina, o que diminuiu a mortalidade sem, no entanto, que a natalidade diminuísse.



Os neomalthusianos analisam essa aceleração populacional segundo uma ótica alarmista e catastrófica, argumentando que, se esse crescimento não for impedido, os recursos naturais da Terra se esgotarão em pouco tempo.



Para conter o avanço populacional, esses teóricos utilizam várias propostas, principalmente a da adoção de políticas visando o controle de natalidade, que se popularizaram com a denominação de Planejamento Familiar.





Algumas medidas adotadas por entidades mundiais (ONU, FMI, Banco Mundial, UNICEF, entre outros) nos países subdesenvolvidos, ajustadas a cada população, são exemplos de políticas de controle de natalidade: esterilização em massa de populações pobres (como foi feito na Índia e na Colômbia); distribuição gratuita de anticoncepcionais; assistência médica para uso de dispositivos intra-uterinos (DIUs); divulgação de um modelo de família bem-sucedida, com no máximo dois filhos, em programas de televisão, na publicidade e no cinema.

Relacionado a esses pensadores temos a Teoria ecomalthusiana:



Segundo os seguidores desta teoria, um rápido crescimento demográfico se traduziria em pressão sobre os recursos naturais e em sério risco para as gerações futuras, principalmente para os que vivem nos ecossistemas tropicais e equatoriais.



3 Teoria Reformista

As idéias básicas desta teoria são todas contrárias às de Malthus: sua principal afirmação nega o princípio malthusiano, segundo o qual a superpopulação é a causa da pobreza. Para os reformistas, é a pobreza que gera a superpopulação.



De acordo com a teoria reformista, se não houvesse pobreza as pessoas teriam acesso à educação, saúde, higiene, etc., o que regularia, naturalmente, o crescimento populacional. Portanto, é exatamente a falta dessas condições o que acarreta o crescimento desenfreado da população.

Neste caso, é necessário explicar a origem da pobreza: os reformistas atribuem sua origem à má divisão de renda na sociedade, ocasionada, sobretudo, pela exploração a que os países desenvolvidos submetem os países subdesenvolvidos. Assim, a má distribuição de renda geraria a pobreza - e esta, por sua vez, geraria a superpopulação.

Outra crítica dos estudiosos reformistas aos malthusianos diz respeito ao crescimento da produção. Como vimos, para Malthus esta crescia em ritmo inferior ao da população. Para os reformistas, contudo, isso também não é verdadeiro, pois, com o início da revolução industrial e a conseqüente revolução tecnológica, tanto a agricultura quanto a indústria aumentaram sua capacidade produtiva, resolvendo, dessa forma, o problema da produção.

Os reformistas defendem que os governos deveriam implantar uma política de reformas sociais - na tecnologia, para aumentar a produção e resolver definitivamente o problema da sobrevivência humana, e na distribuição da renda, visando o acesso da maioria às riquezas produzidas. Só assim o problema da pobreza se resolveria. E, resolvendo o problema da pobreza, se resolveria também o problema da superpopulação. Ou seja, não haveria mais desequilíbrio entre uma e outra.

Relação :

20% mais ricos consomem 80% dos recursos

80% mais pobres consomem 20% dos recursos .