quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Reunião do G20 - solução de questões cambiais

Atualidades :
A questão cambial e a reunião do G20

Na atual conjuntura global as questões das flexibilizações da moeda tem atraído atenção quando se pensa em crise econômica mundial e o fabuloso crescimento econômico chinês pautado em uma agressiva desvalorização de sua moeda o Iuan.
Estados Unidos acusam a China de manter sua moeda desvalorizada para melhorar a competitividade internacional
Negociadores de países do grupo buscam acordo sobre moedas.
da economia mundial - não conseguiram progredir nas primeiras discussões sobre as medidas que as principais forças econômicas do mundo precisam tomar para sustentar a recuperação econômica global, incluindo o debate sobre a "guerra cambial", às vésperas da reunião de cúpula das principais potências industrializadas e emergentes que começa na quinta-feira em Seul.
Um encontro de delegados dos ministérios das Finanças, organizado na terça-feira para preparar o documento que será lido pelos líderes ao término da cúpula, na sexta-feira, "não registrou avanços", disse nesta quarta o porta-voz do comitê presidencial sul-coreano do G20, Kim Yoon-kyung.
"Cada país se manteve apegado à sua posição original. Não queriam um compromisso. O debate foi bastante acalorado", explicou Kim, sem dar mais detalhes sobre os pontos problemáticos.
"O debate está sendo tão acalorado que quando entrei na sala onde estavam reunidos, tive que deixar a porta aberta", disse Kim.
Após a maratona de 14 horas de terça-feira, as discussões do G20 antes do início da cúpula continuam nesta quarta-feira, segundo o porta-voz da presidência sul-coreana.
A presidente eleita, Dilma Rousseff, chegou por volta de 12h50 (horário local) desta quarta-feira a Seul.

O presidente dos EUA, Barack Obama, também já está na capital sul-coreana para o encontro.
Notas de dólar e iuan em Banco de Seul, nesta quarta. (Foto: Lee Jae-won/Reuters)
O G20 é integrado por União Europeia (UE), Grupo dos Sete (Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido, Itália e França), Coreia do Sul, Argentina, Austrália, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia e Rússia, que juntos são responsáveis por 85% da economia do planeta.
A Espanha também participará da cúpula de Seul, na condição de país convidado.
Os Estados Unidos acusam a China de manter sua moeda desvalorizada tornar seus preços mais competitivos no comércio internacional, e querem que os grandes países exportadores aceitem, por meio de um acordo no G20, limitar o excedente comercial de suas balanças comerciais a uma porcentagem determinada pelo PIB.
Mas Alemanha e China rejeitam a iniciativa e, junto com o Brasil, acusam Washington de ameaçar a recuperação mundial com o enfraquecimento do dólar, em particular depois do anúncio do Federal Reserve, na semana passada, de uma nova injeção de 600 bilhões de dólares para estimular a atividade nos EUA.
Juro baixo
E se na Europa a preocupação é com o euro fortalecido, na América Latina e na Ásia teme-se que, com a taxa de juros extremamente baixa dos Estados Unidos, os dólares do Fed acabem inundando os mercados emergentes, cujo rendimento mais alto previsivelmente atrairá os investidores - o que pode criar uma bolha especulativa.
Deverá haver outra reunião nesta quarta-feira, mas por enquanto a falta de acordo sobre temas como a desvalorização de divisas, a expansão monetária dos Estados Unidos e a brecha que existe entre o superávit dos emergentes e o déficit dos mais ricos, deixou "espaços em branco" na minuta do comunicado final da cúpula.
No entanto, existem outros temas nos quais há avanços, como a reforma da partilha de poder no Fundo Monetário Internacional (FMI), que já foi aprovado pelo Conselho Executivo do organismo, o investimento em desenvolvimento e a mudança climática.
A ameaça de uma "guerra de divisas" - como batizou há semanas o ministro da Fazenda, Guido Mantega - poderá ofuscar estes acordos se a reunião do G20 não conseguir chegar a consensos em outros temas.

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