quarta-feira, 4 de maio de 2011

atualidades - Morte de Osama bin Laden

O líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, morto neste domingo (1º) (sama bin Laden nasceu em de 1957, em Riad, na Arábia Saudita, filho de Muhammad bin Laden, um magnata do setor de construção, de origem iemenita. Ao contrário de outros irmãos mandados para estudar no Líbano, teve a maior parte da sua educação na própria Arábia Saudita.

Até os 14 anos de idade, levou a vida de um típico filho da elite local, submetido a influências culturais de base não-islâmica: futebol e histórias de faroeste estavam entre seus passatempos favoritos, de acordo com biógrafos. Ainda na escola, passou por uma transformação ao ter seus primeiros contatos com integrantes da Irmandade Muçulmana, grupo de militância ativa em países de base árabe-islâmica.

Na Universidade de Jeddah, onde, já casado, ingressou em 1976 para estudar economia, Osama aprofundou o envolvimento com o ativismo islâmico. Segundo biógrafos, data desta época o interesse dele pelos escritos de Sayyid Qutb, ideólogo egípcio da ala mais radical da Irmandade Muçulmana.
A partir da invasão do Afeganistão pela União Soviética, em 1979, as afinidades ideológicas de bin Laden com o radicalismo islâmico se transformaram em ação efetiva. Já nos anos 1980, Osama conheceu em Jeddah um dos maiores propagandistas da causa afegã, o xeque palestino Abdullah Azzam, doutor em jurisprudência islâmica pela respeitada Universidade al-Azhar, do Cairo. Inspirado por Azzam, bin Laden passou a auxiliar no recrutamento de voluntários para a luta no Afeganistão, chegando a abrigá-los em seu próprio apartamento em Jeddah.

Num movimento que coincidiu com a progressiva virada na guerra afegã, alimentada pelo influxo de armas, dinheiro saudita e apoio dos serviços de inteligência americano e paquistanês, Osama bin Laden finalmente passou a frequentar o campo de batalha, no topo de um grupo de jovens voluntários árabes – embrião do que mais tarde, em 1988, um ano antes da retirada soviética, viria a ser conhecido como "al-Qaeda", "A Base".

Em 1989, voltou à Arábia Saudita. Após o estouro da guerra do Golfo em 1991, criticou a família real por ter autorizado o desembarque de soldados americanos em território saudita, "a terra dos dois locais sagrados" (Meca e Medina). Essa oposição, que o afastou mais ainda do restante da família e do establishment saudita, fez com que ele fosse declarado persona non grata no seu próprio país.

Isolado, transferiu-se para o Sudão em 1992, de onde passou a "administrar" supostos campos de treinamento e a emitir decretos religiosos (fatwas) contra os EUA e a monarquia saudita. Esses decretos acabaram lhe custando a nacionalidade saudita, da qual foi privado em 1994. Dois anos depois, seus novos anfitriões cederam às pressões americanas e da ONU, e pediram a bin Laden que fosse embora do país. De lá, voltou para o Afeganistão, onde colocou em operação outros campos de treinamento e reforçou a retórica antiamericana.

Imagem de 1998 mostra Osama após seu retorno ao Afeganistão (Foto: AP)A ação mais espetacular que lhe foi atribuída antes do dia 11 de setembro foi um ataque contra as embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia, no dia 7 de agosto de 1998, que causou 224 mortos e milhares de feridos. Três meses depois, foi acusado nos EUA por assassinato e complô com intenção de matar norte-americanos no exterior.

No dia 11 de setembro de 2001, dezenove terroristas ligados à rede de Osama bin Laden desviaram três aviões para realizar atentados contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e contra o Pentágono, em Washington. Um quarto avião desviado cai na Pensilvânia. Cerca de 3 mil pessoas morreram. Em contraste com outros atentados, como aquele contra o navio americano "USS Cole" no Iêmen, em outubro de 2000, Bin Laden iria além de exaltar os executores e clamaria responsabilidade pela ação.
Essa demonstração máxima de força da al-Qaeda viria a tirar de seu líder o pouco da liberdade de movimento que ainda retinha. O Afeganistão, seu refúgio, foi atacado em outubro de 2001 por forças anglo-americanas, no deslanchar de uma guerra ainda não encerrada. Com uma recompensa de US$ 25 milhões por informações que levassem a sua captura, Osama bin Laden passou a figurar publicamente apenas em mensagens de áudio e em mais raras aparições em vídeo, em cenários como cavernas.
As especulações sobre seu destino (e, de fato, sobre sua própria vida) se arrastavam desde 2001. Osama ora estava morto, ora vivo, ora no Afeganistão, ora no Iêmen, ora no Paquistão – onde, de acordo com os EUA, enfim morreu.
De acordo com o FBI, equivalente americano da Polícia Federal, Osama era conhecido pelos seus seguidores como "emir", "xeque-guerreiro" e "diretor", entre outros títulos. Ele estava na lista de mais procurados pelo país há 12 anos.

                              Paquistão critica EUA por 'falta de confiança' no país


Ministro do Exterior paquistanês, Salman Bashir, disse que seu país teve papel fundamental na luta contra o terrorismo.

O governo paquistanês criticou declarações feitas por autoridades americanas de que o país não era confiável e por isso não foi informado dos detalhes da operação que matou Osama Bin Laden.

O diretor da CIA, Leon Panetta, disse que nenhuma informação de inteligência foi compartilhada com o Paquistão devido a temores de que o sucesso da operação fosse colocado em risco.

Mas o ministro do Exterior paquistanês, Salman Bashir, disse à BBC que esta visão é 'desconcertante' e que seu país teve um 'papel fundamental' na luta contra o terrorismo.

Bashir disse que Panetta tem direito a suas opiniões, mas que o Paquistão cooperou amplamente com os Estados Unidos.
Ele disse que o complexo em Abbottabad onde Bin Laden foi encontrado e morto no domingo (1º) já havia sido identificado como suspeito há algum tempo pelos serviços de inteligência do Paquistão (ISI), mas que foram necessários os abundantes recursos dos Estados Unidos para determinar que se tratava do esconderijo do líder da al-Qaeda.
'Na maioria das coisas que aconteceram em termos de luta global antiterrorismo, o Paquistão teve papel fundamental', disse Bashir. 'Então é um pouco desconcertante quando temos declarações como esta.'

Na terça-feira (2), o Ministério do Exterior do Paquistão defendeu o ISI e divulgou uma longa nota expressando 'profundas preocupações e reservas' sobre a ação americana.

Ministério insistiu que ações unilaterais não podem se tornar norma e enfatizou que a inteligência paquistanesa vinha compartilhando informações com os Estados Unidos nos últimos anos. 'Em relação ao complexo em questão, ISI tem compartilhado informações com a CIA e outras agências de inteligência desde 2009.'

De acordo com analistas, se Bin Laden estava realmente escondido no local há cinco anos, como se suspeita, as autoridades paquistanesas foram incrivelmente incompetentes ou estavam protegendo o líder da al-Qaeda.
A mansão de Bin Laden ficava a menos de um quilômetro da Academia Militar do Paquistão, a maior do país.

A Casa Branca vem divulgando detalhes da operação que matou Osama Bin Laden, incluindo o fato de que ele estava desarmado quando foi alvejado, após resistir à prisão.
Dois de seus mensageiros e uma mulher morreram no ataque, enquanto uma das esposas de Bin Laden ficou ferida.
Os Estados Unidos não fizeram comentários sobre ninguém que foi capturado. Revelaram apenas que o corpo de Bin Laden foi sepultado no mar.
No entanto, a declaração divulgada pelo Ministério do Exterior paquistanês dizia que o restante da família de Bin Laden 'está agora em segurança e sendo tratada de acordo com a lei'.
Autoridades americanas vem discutindo como e quando divulgar as fotos do corpo de Bin Laden como forma de jogar por terra teorias que defendem que ele não morreu.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que a imagem 'pavorosa' poderia ofender algumas pessoas, mas Panetta disse que não há dúvidas de que, em algum momento, ela terá de ser trazida a público.

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